segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
11:51 | 
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Unknown
“Eu já corri atrás de nuvens em dias de sol. Também desejei um sol quentinho no meio de uma tempestade. Eu corri atrás do ônibus segundos depois dele ter partido. Perdi amigos insubstituíveis e tive que buscar ser minha melhor amiga. Guardo lembranças que salvei no último suspiro de cada sentimento. Apostei meu suor construindo jardins que nunca vi florescer. Já recomecei do zero mais vezes do que minha própria idade, algumas vezes sem ter ninguém pra dizer que ia ficar tudo bem. Tive duzentos contatos no celular e ninguém a quem ligar 4 da manhã e dizer que estava chorando por duas horas seguidas. Já fui a pessoa a quem ligaram 4 da manhã pra dizer que estavam com insônia, festas, coração partido. Já tive meu coração partido até pelo voo de passarinhos. Até que entendi que a vida é uma soma de desencontros. Há coisas que precisamos perder mesmo, simplesmente. Sem lições, bônus ou martírio. Não existem lições secretas, somos nós que as criamos para diminuir a dor. Há felicidade depois da tristeza, existe dor, existem orgasmos, pontas de flecha, afogamentos, presentes de aniversário, convites pra festas, velórios… Há dias que não tem comida na mesa e mil amigos no portão, assim como existem momentos de mesa cheia e ninguém pra dividir. E vamos seguindo, acreditando, sonhando. Eu tenho um sonho, bem bonito. Sonho todos os dias que hoje será um dia bom. Vai ser, está sendo. A felicidade eu guardo aqui comigo, em uma caixinha de cristal.”
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